quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Ricardo Zamora, "El Divino"

Um guarda-redes lenda, Ricardo Zamora, “El Divino”, como o apelidaram. Apesar de Yashin, ainda há quem garanta que ele foi o maior de sempre.
Jogou soberbamente pela Espanha no Mundial de 1934. O mesmo fizera 10 anos antes, nos Jogos Olímpicos de Paris.
Basco, destacou-se no Espanhol e no Barcelona, e, em 1930 protagonizou transferência histórica, inimaginável para um país pobre como ainda era o seu: foi contratado pelo Real Madrid por 150 mil pesetas. Para que se perceba melhor a diferença, por essa altura a maior transferência do futebol português orçou 15 contos, na passagem de Vítor Silva do Hóquei para o Benfica!
D. Zamora não era espectacularmente alto, mas a capacidade de antecipação e a sua habilidade compensavam a estatura.
Porque todos os génios dormitam, em1931 passou por uma tarde de suprema humilhação, na lama de Highbury, sofrendo sete golos de uma violenta e empolgada selecção inglesa! Desconsolado, sentou-se na relva e desatou a chorar. Esteve assim longos minutos, até que os companheiros o foram buscar. As lágrimas continuavam, em catarata, pelo rosto… parecia que tinha deixado no campo o coração despedaçado. Mas nem isso lhe empanou o brilho. E em todos os livros de história, que falam das legendas do futebol lá está Zamora.
Ao longo de 20 anos de carreira, são muitas as exibições monumentais e as defesas impossíveis que se contam Zamora ter feito. Muitas delas, ganharam asas, apenas, no imaginário popular, mas, num histórico jogo, essas defesas, atingiram, seguramente, contornos épicos.Foi nos quartos-de-final do Mundial-34, contra a Itália de Meazza, em que Zamora defendeu tudo, perante o avassalador ataque azzurro, durante 120 minutos, garantindo o empate, 1-1, que levaria a decisão para um segundo jogo, onde, no entanto, Zamora, totalmente esgotado da exibição da véspera, não poderia alinhar, acabando a Espanha por ser eliminada, com Nogués na baliza. Como ele próprio escreveu nas suas memórias, Zamora, o lendário guarda-redes, morreu em 1936, com 35 anos. Ricardo, o comum mortal, desapareceria mais tarde. Sucederia em 1978, com 77 anos.



Vídeo - Ricardo Zamora

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