quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Geoff Hurst – golo com ponto de interrogação

Wembley assistia à decisão do Mundial de 1966, que opunha a Inglaterra e a Alemanha, quando o jogo já levava emoções suficientes. A “Mannschft” marcou primeiro, a Inglaterra reagiu com dois golos e começava a pensar na festa quando, Weber, aproveitando uma série de ressaltos, marcou o golo do empate, mesmo ao cair do pano.
Quando Hurst recebeu o passe de Alan Ball e rematou, para fazer a bola bater na parte de dentro da trave e cair sobre a linha de golo, havia que tomar uma decisão. O árbitro suíço Gottfried Dienst consultou Tofik Bakhramov, que não teve dúvidas… poucos, depois dele, conseguiram ter tantas certezas sobre aquele lance.
Jogava-se o minuto 101, quando Hurst rematou: bola na trave, depois sobre a linha… os jogadores rodearam o árbitro, os alemães diziam que não entrou, os ingleses que sim. Dienst validou o lance.
A Inglaterra via-se a vencer por 3-2 e aguentava as últimas investidas alemãs. Os fãs já não continham a impaciência. Nos instantes finais do prolongamento, Hurst ainda faria o quarto golo inglês, num remate sobre o lado esquerdo.
A Inglaterra vencia, pela primeira e única vez, o Mundial. Hurst passou de suplente, no início da competição, a cavaleiro, ganhando o título de “Sir”, antes do nome, além do estatuto de autor do único “hat trick” de uma final de um Mundial. O mundo continuou a discutir o seu segundo golo.
Há tantas opiniões como estudos, mais ou menos científicos, sobre aquele momento. Em 1995, a Universidade de Oxford recorreu a um programa de computador e a termos como linhas verticais, projecção e intersecção para concluir que a bola não entrou. Existem ainda programas informáticos aplicados à televisão que juram provar o contrário… que sim, a bola entrou.
O golo de Wembley, na final do Mundial de 1966, é lembrado de cada vez que acontece algo parecido. Nessa altura volta a falar-se de tecnologia, do que pode fazer-se para minimizar o erro humano. A FIFA já colocou um “microchip” na bola para testar um sistema que permita perceber se a bola atravessa, por completo, a linha… entretanto, suspendeu-o. E a discussão continua.
Geoff Hurst esteve na capital do Azerbeijão, em 2004, para descerrar uma estátua em memória de Tofik Bakhramov, o antigo fiscal-de-linha que estará sempre no coração de cada inglês, o homem por detrás do golo menos consensual de todos os Mundiais.



Vídeo 1 - Lance Geoff Hurst



Vídeo 2 - Lance Geoff Hurst



Vídeo 3 - Comercial Kit Kat, Golo Hurst



Vídeo 4 - Golo?!

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