quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Mariano Amaro - Boémio e Fadista

Meio profissional, meio boémio, trocista com ares de fadista, andar gingão, Mariano Amaro tornou-se uma das mais poéticas figuras da Lisboa fervilhante dos anos 30 e 40. Porque não era apenas um notável jogador de futebol…. era um amante dos prazeres da vida que Aurélio Márcio descreveu assim: «Treinava-se de manhã, passava à tarde pelo café Nicola, saía com a rapariga que escolhia entre as muitas que se lhe davam, terminando a noite na jogatina. E sobre tudo isto, era um jogador excepcional
Quando ingressou no Belenenses, oriundo do Adicense, abandonou o seu ofício de torneiro de metais. Espalhou-se depressa o génio. Que Vítor Santos retrataria assim: «Mariano Amaro foi um pequeno Einstein da bola que, sem o menor esforço ou consumidora determinação, descobriu a quarta dimensão do jogo, dando-lhe uma amplitude que talvez nenhum outro jogador português soube, primeiro, imaginar e, depois, explorar como seria aconselhável. Ficaram célebres os seus passes e cruzamentos, em especial aquele varar de campo com a bola (uma bola verdadeiramente com olhos), a surgir atrás do defesa e à frente do extremo, no flanco contrário. Aquilo era do Amaro, apenas do Amaro, um jogador que dominava o campo como Rommel dominou o deserto

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