segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Banks defendeu um golo

Aos 10 minutos de jogo, de um empolgante Brasil vs Inglaterra, do Mundial de 1970, no México, tudo foi perfeito: o pique de Jairzinho na direita, a ganhar a linha de fundo a Cooper; o cruzamento tenso e preciso, de primeira; a incrível impulsão de Pelé, suspenso no ar; a cabeçada, a bater no chão, mesmo antes de chegar à linha…
Em condições normais, isto chegaria para descrever um dos melhores golos da história dos Mundiais. Mas não… chega para descrever a história do melhor “quase-golo” da história do futebol: o talento do guarda-redes Banks estava no sítio certo, na altura certa, para fazer a melhor defesa de todos os tempos. Um mergulho fulminante para a direita, o corpo esticado, na horizontal. Dada a potência do cabeceamento de Pelé, tocar na bola, antes de ela entrar, já seria uma proeza ao alcance de poucos. Desviá-la por cima da trave, com um reflexo inacreditável do braço direito, foi, simplesmente, um milagre. Um milagre “multiplicado” pelas intermináveis repetições da transmissão televisiva, e que, ainda hoje, resiste às leis da física e aos “frame-by-frame” dos DVD’s.
Anos mais tarde, Pelé resumiu o lance com uma frase quase tão perfeita como a própria jogada: “Banks foi o único guarda-redes que defendeu um golo meu!”. É justo que fique assim: aquele lance foi mesmo golo para toda a gente… menos para Banks.


Vídeo - Banks vs Pelé, Mundial 1970, México


Vídeo - Comercial, Banks vs Pelé

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